Todos os sintomas da depressão são altamente persistentes, mas nada se compara à tristeza, praticamente o início de todo o processo. Mas, é essencial ressaltar que há mais de um tipo de tristeza e se faz necessário diferenciar a tristeza comum e a tristeza depressiva, que é a que chamamos tristeza infundada.
Neste caso, a pessoa que acaba de entrar em depressão não consegue saber de onde vem essa tristeza profunda… e foi ela mesma que minou sua própria força.
A pessoa em estágio avançado de depressão tem uma incrível capacidade de nos convencer – a todos, inclusive o psicólogo – de que a vida é horrível e aqui faço uma ressalva de que devemos ficar atentos porque dependendo da racionalidade desse indivíduo tendemos até a concordar com a visão do mundo dele.
Houve um caso em que uma paciente estava muito brava com a vida e não queria mais viver, mas que estava fadada a isso, porém não pediu para ser criada e questionava que Deus é esse que vai criando pessoas sem perguntar se elas querem nascer ou querem viver.
Veja que há um misto de tristeza e de raiva. Mas é como uma criança que não consegue fazer o que quer porque os pais impõem limite, mas ela acaba ficando muito irritada, mas depois vem a tristeza por não estar fazendo o que queria e os pais impediram. Essa sensação vai minando essa pessoa, que não vê o problema como seu, mas já está se colocando em posição de vítima.
A depressão é gerada por uma causa, que é a raiva que se transforma em tristeza.
Fica a pergunta: Como sair desse estado de raiva e tristeza?
Afirmando isso, para tratar a depressão, precisamos ir na causa primordial desta raiva. É preciso avaliar o que essa pessoa quis fazer e não fez e culpou o outro por isso e, num círculo vicioso, de certa forma essa culpa se volta para ela mesma que não consegue sair desse estado. Há um chicotear a si mesmo, há um martírio em uma tentativa que também emerge culpa de não estar realizando nada em sua vida. Aqui há um misto de vitimização, a causa da raiva (que talvez o depressivo nem saiba qual é), tristeza e culpa por não conseguir sair dessa depressão e, assim, está formado um ciclo repetitivo.
O tratamento terapêutico da depressão se resume em buscar essa causa e depois as diretrizes são determinadas e o paciente deve cumprir algumas tarefas. Com o passar do tempo, a pessoa vai realizando determinadas funções e a sua autoestima começa a aumentar. Esse é um grande marco para demonstrar o potencial desta pessoa, que percebe o quanto é capaz, vai ganhando alegria e passa por um resgate de uma essência que estava adormecida. O processo é extremamente difícil, mas o ciclo depressivo passa e surge uma força que estava incubada dentro do ser.
Ciclo repetitivo da Depressão:
Raiva como causa
Se transforma em tristeza
Alto grau de vitimização
Culpa por estar com a vida estagnada
Tratamento da depressão
Busca da causa da raiva que levou à tristeza infundada
Na terapia comportamental
Opção é Determinar Tarefas
Melhora a Autoestima